Samuel perde tempo com ‘Rosa sessions’
Samuel Rosa lança hoje, 15 de outubro, single e clipe com feat com Duda Beat na regravação do reggae 'Tudo agora' Divulgação ♫ OPINIÃO ♩ Houve um temp...

Samuel Rosa lança hoje, 15 de outubro, single e clipe com feat com Duda Beat na regravação do reggae 'Tudo agora' Divulgação ♫ OPINIÃO ♩ Houve um tempo em que um artista tinha tempo para trabalhar o repertório de um álbum com calma, sem a ânsia de ter que lançar um produto novo a cada dois meses para ter visibilidade. Nas décadas de 1980 e 1990, e mesmo nos anos 2000, dava para esperar até dois anos para lançar um outro álbum. Na era da música digital, uma gravação parece ter prazo de validade cada vez mais curto no mercado. Essa necessidade de ter que pôr sempre um produto novo na prateleira digital, de preferência no formato audiovisual, parece explicar a razão de ser o projeto Rosa sessions, de Samuel Rosa. Pouco mais de um ano após ter lançado o primeiro álbum solo, Rosa (2024), o cantor, compositor e guitarrista mineiro está reciclando o repertório do disco em gravações feitas no Sonastério, estúdio situado em Nova Lima (MG), a 30 Km de Belo Horizonte (MG), em local montanhoso. Em 28 de agosto, o artista apresentou o remake da música Não tenha dó (Samuel Rosa, 2024) em feat com Seu Jorge. Hoje, 15 de outubro, o cantor lança o registro de Tudo agora (Samuel Rosa e Rodrigo Leão, 2024) em single e clipe que trazem Duda Beat na regravação desse reggae turbinado no álbum Rosa com a pulsação do soul. A questão é que Samuel parece perder tempo com Rosa sessions. As gravações originais do álbum Rosa foram formatadas com tanto apuro que esses remakes soam redundantes quando não inferiores. Entre ouvir Tudo agora com Duda Beat e escutar a gravação original, fique com a segunda opção. Com Rosa sessions, Samuel Rosa segue o movimento dos barcos e jamais pode ser crucificado por isso. Mas é triste que o mercado fonográfico já não permita que um cantor trabalhe um álbum a longo prazo. Na era dos aplicativos de música, tudo envelhece rápido demais, mesmo que ainda nem tenha perdido o frescor. É sinal dos frívolos e voláteis tempos digitais em que a música parece ter pouco valor, ainda que o custo para fazer uma gravação por vezes seja alto como o preço que o artista paga para ficar sempre em evidência.